quinta-feira, 21 de maio de 2015

O Terceiro Setor - Origem



O Terceiro Setor
Origem

Acredita-se que a primeira ONG – Organização Não Governamental tenha sido criada por Safo, poetiza grega do Século VI  a C, que organizara uma associação feminina para culto a Afrodite – divindade grega que passou para a mitologia romana com o nome de Vênus ( deusa da beleza e do amor ).
As ONGs nasceram calcadas no modelo norte-americano e dentro de circuitos de cooperação global, vinculadas às questões da cidadania.
No Brasil, as organizações não governamentais surgiram da militância contra o poder autoritário do Estado, advogando democracia em plena ditadura. Surgiram como instrumentos de organização da sociedade civil, motivadas pelo interesse de maior participação na esfera pública, sem adesão às práticas tradicionais do Poder, tendo como meta, o exercício pleno da cidadania.
Apoiadas por entidades internacionais criaram parcerias políticas com igrejas, sindicatos, associações de bairros, movimentos negros, movimentos de mulheres, indígenas, movimento dos sem terras e sobrevivem graças ao apoio da cooperação internacional. Campanhas de direitos humanos, preservação do meio ambiente, combate ao vírus da Aids,  ganharam dimensão em escala planetária.
Hoje se confundem com as entidades filantrópicas: creches, fundações empresariais e projetos benemerentes.
Nas décadas de 1970 e 1980, os movimentos sociais e outras entidades representativas da sociedade civil, como a OAB, a SBPC e a ABI evitavam contato com as formas tradicionais de solidariedade (filantropia) e com a comunidade empresarial. Na verdade, a proposta era exatamente romper com o chamado "assistencialismo", considerado termo pejorativo. Proliferaram as 1associações voluntárias, fenômeno maciço em todo o mundo.
Surgiu então, um tipo de organização inexistente até então: entidades voltadas para questões de interesse público, capazes de formular projetos, monitorar sua execução e prestar contas de suas finanças: as organizações não governamentais. As ONGs dos anos 90 vão encontrar na cooperação internacional o veículo adequado para financiar o apoio à luta pela cidadania.

Hoje, há ONGs voltadas para os mais variados problemas: fornecer apoio a vítimas de calamidades e refugiados, crianças carentes, idosos ou inválidos, questões do meio ambiente, saúde pública, prevenção aos direitos humanos etc. A abundância de organizações que fogem à mobilização partidária é tal, que às vezes tem-se a sensação de se ter perdido o horizonte, diante de toda essa desarticulação que se nota em movimentos sociais que deixaram de se mobilizar na forma clássica em relação ao conflito entre capital e trabalho.


Maria da Glória Gohn autora do livro Movimentos e lutas sociais na História do Brasil, classifica as ONGs como "caritativas" que atuam na assistência ao menor, mulher e idosos; "ambientalistas", relacionadas às questões do meio ambiente e do patrimônio histórico; "cidadãs", voltadas para a reivindicação dos direitos da cidadania - exercem grande atuação junto às políticas públicas, fornecendo subsídios para a sua elaboração, fiscalizando-as ou fazendo denunciando-as no caso de violações ou omissões.


                                               Lucrecia Anchieschi Gomes

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