A Amazonlink.org formada por um único homem o
ambientalista austríaco Michael Schmidlehnerseu da cidade do Rio Branco, Estado
do Amazonas, radicado no Brasil há dezenas de anos, derrotou em março de 2.004 a empresa japonesa
que patenteara uma fruta brasileira, cassando-lhe o registro da marca “Cupuaçu”
que se tornara grife preciosa legalmente
registrada nos escritórios de patentes daqueles mercados, pela Asahi Foods uma
multinacional japonesa de alimentos. Ato heroico, sem haver recebido um níquel público sequer.
A descoberta
se deu quando em 2.002 se contatava uma organização alemã que procurava no
Brasil, produtos cujo comércio resultasse em redução da miséria e preservação
ambiental - o chamado mercado justo. E o cupuaçu tem esse perfil de mercado
justo. Descobriu-se que a Asahi Foods exercia o monopólio sobre a fruta.
Durante o
encontro da cúpula da Organização Mundial de Comércio realizada em Cancun no
México em setembro de 2.003, foi hasteado um banner de 14 metros de altura com o
slogan a favor de “O cupuaçu é nosso” quando, a Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária que havia desenvolvido processo semelhante ao da Asahi Foods,
interveio perante o escritório Japonês de Patentes (JPO) e conseguiu o cancelamento
da marca no Japão.
O cupuaçu
fruta tradicional da Amazônia e seus derivados – sorvetes, geleias, cremes –
não poderiam ser comercializados com esse nome no Japão, na União Européia e
nos Estados Unidos.
Outro caso
que ganhou notoriedade foi o do brasileiro Germano Woehl Junior, que venceu uma
disputa municipal alterando o projeto original da hidrelétrica que trocaria por
15 megawatts a paisagem de Corupá no norte de Santa Catarina, onde a cachoeira
da Bruaca desce da Serra do Mar no meio da mata atlântica com um salto de 96 metros.
Comprou briga
sozinho, levou o caso ao Ministério Público, deu plantão nas sessões de cartas
da imprensa, rebateu argumentos técnicos com desenvoltura de quem escreve em
revistas acadêmicas e andou muito no mato para ver de perto as dimensões de uma
obra que, no papel parecia simples.
Ganhou o
primeiro round. A Fundação de Meio
Ambiente do governo estadual cancelou a licença que ela mesma concedera,
reconhecendo que na ocasião se baseara num processo deliberadamente turvo e
poluído por informações incompletas.
Germano Woehl
ganha a vida num laboratório de fotônica do Instituto de Estudos Avançados no
Centro Técnico Espacial em São José dos Campos.
É lá, que os
pesquisadores de ponta, tentam resolver agora os problemas dos próximos 50
anos.
Há anos Woehl
passa as horas vagas cuidando de bichos e florestas na serra catarinense.
Economisa da roupa às contas de restaurante. Com o que poupa, compra matas em
Santa Catarina para conservar a paisagem que conheceu quando criança e percebeu
agora adulto que poderia perder. Tal é sua dedicação que criou o Instituto Rã –
Bugio, em Guaramirim.
Em sua
propriedade há 41 espécies de sapos, rãs e pererecas e encontrou logo ali, um
atalho para a educação ambiental.
Órfão aos 11
anos, Germano Woehl cresceu capinando roça e entregando leite de porta em
porta.
Estudou em
escola pública, formou-se em Física em 1.983 na Universidade Federal do Estado
do Paraná, vindo a doutorar-se com defesa de tese sobre o congelamento do
átomo. Assumiu a Prefeitura no início de 2.005 com um currículo de fazer inveja
aos seus pares. (Subsídio de matéria do Jornal OESP
de 06.01.05 de Marcos Sá Corrêa – jornalista e editor do site “O Eco” – www.oeco.com.br)
Lucrecia Anchieschi Gomes
Lucrecia Anchieschi Gomes
Nenhum comentário:
Postar um comentário