Após o sucesso de “O Nome da Rosa”, “O Pêndulo
de Foucault”, “O Cemitério de Praga” dentre outros, o filósofo e escritor
Umberto Eco lançou neste mês de janeiro de 2.015, mais uma obra intitulada
“Número Zero”, uma espécie de manual de mau jornalismo ambientado na redação de
um jornal imaginário, que se passa em 1.992, ano particular para a Itália
contemporânea, marcado pelos escândalos de corrupção, como o caso da
investigação Mãos Limpas que arruinou com a classe política na época.
No livro “Número Zero” Eco descreve a redação
imaginária para desinformar, difamar adversários, manipular, chantagear e
elaborar dossiês e elaborar documentos secretos, ‘por considerar o ano que
marca o momento de um declínio na história da sociedade italiana’. Trata-se do
sétimo romance de Eco.
“O Nome da Rosa” é uma narrativa da vida
religiosa do Século XIV e XV, cuja trama se dá num mosteiro Beneditino
italiano, abrigo de intensa biblioteca com inúmeros livros e pergaminhos classificados
como proibidos, aos quais poucos monges tinham acesso. Um monge é designado a
investigar as contínuas mortes com características comuns: dedos e línguas
roxas, que indicando envenenamento pelo livro escrito por Aristóteles que
sublimava o riso, o que para a igreja católica, quebrava todo um alicerce
dogmático afirmado por ela. A igreja defende que a comédia proporciona ao homem
a falta de temor a Deus, enfraquecendo as bases do poder da igreja sobre os
cristãos.
“O Pêndulo de Foucault”, romance dividido em dez
segmentos representados pelos dez Sefirot,
cheio de referências esotéricas à kabbalah, à alquimia e a teorias
conspiratórias. O título do livro se refere ao pêndulo projetado pelo físico
francês Léon Foucault para mostrar a rotação da terra. Na trama estão
envolvidas sociedades secretas em suposto plano que governaria a humanidade.
Em “O Cemitério de Praga”, publicado em 2.010,
Umberto Eco provocou polêmica por tratar de forma humorística de um assunto
sério: o surgimento do
antissemitismo na Europa, que viria desembocar no nazismo do Século XX. O livro
foi protestado pela igreja católica por satirizar os jesuítas – ‘são maçons de
saia’, chamados por ele.
A versatilidade do autor o autoriza a divulgar
pareceres e impressões pessoais. Em uma de suas entrevistas declara que ‘o
excesso de informação provoca amnésia’ e que ‘a Internet ainda é um mundo
selvagem e perigoso, porque não filtra a informação’.
Lucrecia Anchieschi Gomes
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