segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Criatividade e Travessura



Após o sucesso de “O Nome da Rosa”, “O Pêndulo de Foucault”, “O Cemitério de Praga” dentre outros, o filósofo e escritor Umberto Eco lançou neste mês de janeiro de 2.015, mais uma obra intitulada “Número Zero”, uma espécie de manual de mau jornalismo ambientado na redação de um jornal imaginário, que se passa em 1.992, ano particular para a Itália contemporânea, marcado pelos escândalos de corrupção, como o caso da investigação Mãos Limpas que arruinou com a classe política na época.
No livro “Número Zero” Eco descreve a redação imaginária para desinformar, difamar adversários, manipular, chantagear e elaborar dossiês e elaborar documentos secretos, ‘por considerar o ano que marca o momento de um declínio na história da sociedade italiana’. Trata-se do sétimo romance de Eco.
“O Nome da Rosa” é uma narrativa da vida religiosa do Século XIV e XV, cuja trama se dá num mosteiro Beneditino italiano, abrigo de intensa biblioteca com inúmeros livros e pergaminhos classificados como proibidos, aos quais poucos monges tinham acesso. Um monge é designado a investigar as contínuas mortes com características comuns: dedos e línguas roxas, que indicando envenenamento pelo livro escrito por Aristóteles que sublimava o riso, o que para a igreja católica, quebrava todo um alicerce dogmático afirmado por ela. A igreja defende que a comédia proporciona ao homem a falta de temor a Deus, enfraquecendo as bases do poder da igreja sobre os cristãos.
“O Pêndulo de Foucault”, romance dividido em dez segmentos representados pelos dez Sefirot, cheio de referências esotéricas à kabbalah, à alquimia e a teorias conspiratórias. O título do livro se refere ao pêndulo projetado pelo físico francês Léon Foucault para mostrar a rotação da terra. Na trama estão envolvidas sociedades secretas em suposto plano que governaria a humanidade.
Em “O Cemitério de Praga”, publicado em 2.010, Umberto Eco provocou polêmica por tratar de forma humorística de um assunto sério: o surgimento do antissemitismo na Europa, que viria desembocar no nazismo do Século XX. O livro foi protestado pela igreja católica por satirizar os jesuítas – ‘são maçons de saia’, chamados por ele.
A versatilidade do autor o autoriza a divulgar pareceres e impressões pessoais. Em uma de suas entrevistas declara que ‘o excesso de informação provoca amnésia’ e que ‘a Internet ainda é um mundo selvagem e perigoso, porque não filtra a informação’.

                                     Lucrecia Anchieschi Gomes   

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