Conta ele que a sua empresa deixou de vender
para a Petrobras desde o ano de 1.970, por causa do fator propina que
impossibilitava qualquer negocio. Embora novas tentativas feitas nos anos 80 e
90, nada foi possível. A única constatação foi que os percentuais da propina
caíram.
Perplexo com grupos que fazem passeata pelo
retorno dos militares, e escandalizado com a elite brasileira, pergunta-se:
“onde estavam os envergonhados do país nas décadas em que houve evasão de R$ 1
trilhão pelos empresários?” Cem vezes mais que o caso Petrobras de agora,
completa.
Virou moda fugir para Miami, mas é justamente a
turma de Miami que compra lá, com dinheiro sonegado aqui, diz.
Vociferam as elites contra os nordestinos pela
reeleição de Dilma Rousseff, mas garantir renda para quem sempre foi preterido
no desenvolvimento do país deveria ser motivo de princípio e de orgulho para
todo bom brasileiro, enfatiza. “Dilma agora lidera a todos nós e preside o País
num momento de muito orgulho e esperança”.
Seria ingênuo pensar que poderia acontecer com
qualquer presidente, e com bandalheiras bem maiores, nunca a Polícia Federal
teria tido autonomia para prender corruptos cujos tentáculos levam ao próprio
governo. Portanto, deixemos de lado a hipocrisia e reconheçamos que estamos a
andar velozmente à frente, profere.
A turma global que monitora a corrupção estima
que 0,8% do PIB brasileiro é desviado. O roubo está caindo, mas igual a represa
da Cantareira em São Paulo está a desnudar o volume barrento da corrupção,
ironiza.
Deixemos de cinismo diz ele: o remédio para o
combate à corrupção é homeopático. Importante que deixemos instalar o processo
de cura que pode ser sanado com muita determinação e serenidade.
A matéria repercutiu na mídia.
Lucrécia Anchieschi Gomes
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