DO VIRTUAL AO
REAL
Sob o mote “Não fazer o mal”, o Google que se tornou a
mais poderosa companhia virtual com sua fórmula inovadora, briga hoje, nos
mercados do mundo real.
A mais ilustre empresa sediada em Montain View no Vale
do Silício reúne 20 prédios – o Complexo Google, há três anos vem investindo em
projetos para o mundo real e assombrosamente tornou-se referência do que se
convencionou chamar de inovações “disruptivas” que criam novos produtos e de
forma radical modificam os já existentes, destronando a APPLE, superando a IBM,
a Intel e deixando à margem, a Microsoft.
Ousadamente o Google quer passar dos dois bilhões de
internautas hoje, para sete bilhões de pessoas online nos próximos dez anos,
estes novos advindos das nações pobres da Ásia e da África. A tecnologia
predominante, o celular, ajudará essas populações a adquirirem força para
resolver seus problemas, quanto mais conectadas estiverem, a exemplo da
Primavera Árabe e os recentes protestos no Brasil.
Um exército de engenheiros bem remunerados tem a
missão de criar novos produtos como o são:
o Glass – óculos inteligente que possui tela de computador integrada às lentes,
utilizando a tecnologia chamada “realidade aumentada” que projeta elementos
virtuais no campo de visão do usuário;
o veículo Makani Power não tripulado que capta energia eólica através de
hélices acopladas; o Projeto Loon,
balões com roteadores capazes de criar uma rede Wi-FI global. Objetiva levar
Internet para áreas remotas, fazendo com que o mundo inteiro esteja conectado
até o ano de 2.020 e o carro
autônomo, que tem dezenas de sensores capazes de guiar o carro sem necessidade
do motorista.
Dentre as empresas de tecnologia consideradas mais
inovadoras, o Google é hoje a que mais investe em pesquisa e desenvolvimento,
destinando 13,6% de sua receita; acima dos 12,9% pela Microsoft e dos distantes
2,2% da receita pela Apple.
Apesar do grande avanço e inovação, o Google tem sido
alvo de investigação em diversos países. Dentro do próprio Estados Unidos a
empresa é acusada de roubar dados de redes Wi-Fi no projeto do carro Street
View, colaborar com a agência de espionagem americana e, por violar leis
estaduais de privacidade com o Gmail. Na Alemanha, foi multado por transgredir a
privacidade de usuários do navegador Safari – programa da concorrente Aplle. Na
França, por fazer acordos com os jornais sobre direitos autorais – os jornais
online. Na China foi multado por digitalizar milhares de obras sem autorização
e no Brasil, o Site Buscapé alega que o Google beneficia os próprios produtos
em detrimento de outros, no sistema de buscas.
De como o Google, o maior mecanismo de buscas e maior
agência difusora de publicidade na Web vai manter o delicado equilíbrio entre o
vale-tudo da Internet e o respeito à privacidade; entre a concorrência saudável
e as tendências monopolistas; entre a disseminação e a concentração do
conhecimento – é uma questão que não mais poderá ser respondida com um simples
mote: “Não fazer o mal”. (Substrato da Revista Exame no. 18 de 02.10.2.013)
Lucrecia Anchieschi Gomes
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